Meu mundo paralelo

Sinto uma força que me arrasta pra ele. Um mundo sensível, doce, melódico e amável. Mas ele me deixa em dúvida. Faz-me pensar se ele existe porque agora me dei conta, ou se só me dei conta porque agora existo dentro dele. É como uma droga; viciante. Só que, diferente das drogas, ele não me estraga, não me faz mal e não faz com que eu me perca em alucinações ou me faz sentir coisas que não existem.

Nesse mundo, as mãos não ficam frias. Existe alguem ou algo para mante-las sempre aquecidas. Também não preciso que palavras expressem pensamentos ou que sorrisos silenciosos ocupem a sala. Não preciso fazer gracinhas ou impor meus trejeitos para receber cuidados pois, há sempre alguem me olhando esperando algum movimento brusco para que me mostre que sempre esteve atrás de mim para segurar-me.

Lá todo mundo me conhece. Sabe direitinho como meu prato deve estar cheio. Como gosto de duas sobremesas mesmo que eu não saiba do gosto delas. Ficar calada é sinônimo de preocupação. Qualquer coisinha barata é importante demais para me tirar um sorriso.

O que me deixa feliz é ver que com a velocidade que o tempo passa, meu mundo se torna cada dia mais real. Mais duradouro. Mais intenso. Lindo. Estou começando a abandonar aquele que por muito tempo me fiz presente. Aquele que muitas pessoas me conheceram e me cativaram. Só tem um problema...

É ruim demais cair na realidade e ver que o meu mundo paralelo não esta tão perto assim daquele e daquilo que tem sido o meu mundo.

V.R